sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Quem corre mais risco de desenvolver transtornos mentais?

 


Um estudo de 2013 publicado no Journal of Religion & Health mostrou taxas mais altas de problemas de saúde mental entre aqueles que adoravam um Deus vingativo do que aqueles que seguiam um deus deísta ou bondoso. Os entrevistados sofreram mais com ansiedade social, paranóia, pensamento obsessivo e compulsões.


O problema é que fanáticos religiosos podem optar por recorrer somente a seus líderes religiosos e divindades em busca de cura, em vez de buscar a orientação de profissionais médicos. Em última instância, isso pode levar a casos de esquizofrenia sendo “diagnosticados” como possessão demoníaca – ou doenças físicas sendo encaradas como punição por falta de fé ou devoção vacilante.


Sem o tratamento adequado, os problemas de saúde mental podem se tornar problemáticos para o indivíduo e seus entes queridos e podem criar barreiras para o acesso ao propósito e à paz.


A noção de “falta de fé” é tão prevalente que a American Psychiatric Association teve que desenvolver um guia para enviar aos líderes religiosos. Seu propósito é ajudar os líderes a identificar a diferença entre os crentes devotos e aqueles que sofrem de problemas de saúde mental ou delírios mentais.


Síndrome do Trauma Religioso

Um dos efeitos mais prejudiciais da religião é a Síndrome do Trauma Religioso (STR), que se refere a pessoas que sofrem traumas relacionados à sua religião, especialmente aqueles que foram doutrinados nela e acreditam que Deus é vingativo.


A maneira mais fácil de entender a síndrome do trauma religioso é observar como pessoas LGBTQIA+ ouvem de familiares e amigos que Deus condena sua identidade e que sua existência por si só é um “pecado”.

Ainda criança, o indivíduo absorve essas mensagens e, indiretamente, ou diretamente para alguns, internaliza o medo e a vergonha em torno de sua identidade, o que pode levá-lo a comportamentos de risco na idade adulta, incluindo o suicídio.


A Síndrome do Trauma Religioso foi identificada pela Dra. Marlene Winell, que usou o termo para descrever o trauma vivenciado por pessoas que fugiram de religiões e cultos de tipo autoritário. Os sintomas de STR podem afetar negativamente a capacidade cognitiva, o desenvolvimento emocional, a socialização e a cultura.


O STR é uma combinação de “teologia tóxica” e “autoritarismo” 

A religião foi, e sempre será, um assunto delicado. Tudo o que podemos fazer é buscar e divulgar informações corretas a respeito das diferentes crenças e, especialmente, ajudar a desmistificar religiões 

Para isso, empatia, compaixão e compreensão constituem um caminho viável para evitar a intolerância, a violência e eventuais problemas de saúde mental associados a manifestações de religiosidade demasiadamente inflexíveis e nocivas para aquele que crê e para os que estão ao redor.

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