sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Entenda por que o fanatismo religioso pode estar associado a transtornos mentais

 


O fanatismo religioso é “alimentado por um sistema de crenças absolutas e irracionais que visa servir a um ser poderoso empenhado na luta contra o Mal”, 

“O   fanático acha que pode exorcizar pessoas e coisas supostamente ‘possuídas pelo demônio’, ‘combater as forças do Mal’ ou ‘salvar a humanidade do caos'”, em prol de uma suposta verdade absoluta que ele defende acima de tudo – e contra todos os que não compartilham da mesma crença.


Durante a Idade Média, os fanáticos religiosos cristãos entraram no Oriente Médio para ajudar o Império Bisantino e muitas vezes foram massacrados. Mais recentemente, a história se inverteu – no atentado de 11 de Setembro, coordenado por fanáticos religiosos islâmicos, quase 3 mil americanos, a maioria cristãos, perderam a vida após o ataque às Torres Gêmeas, na cidade de Nova York.


Para compreender o fanatismo religioso, é fundamental compreender os fundamentos da religião e os efeitos do fanatismo religioso na saúde mental, estão em uma relação simbiótica. Muitas vezes parece haver uma linha tênue entre o que é benéfico para o estado mental de uma pessoa, e o que é aceito como apropriado para as crenças religiosas. Desde os tempos primitivos, os humanos têm um senso de religião; que existe algum ser ou força todo-poderoso que nos colocou neste planeta. Frequentemente ouvimos histórias de grupos antigos de humanos que adoravam elementos. Com o passar do tempo, os conceitos de religião e adoração evoluíram.


Muitas pessoas, sejam religiosas ou espiritualizadas, encontram conforto na certeza de que existe um propósito maior na vida e de que há uma força responsável pela existência da humanidade. Entretanto, em muitos casos, apegar-se exageradamente a uma doutrina cria barreiras mentais e sofrimento 

O fanatismo religioso pode estar associado a qualquer credo e se manifestar de diversas formas – seja de forma organizada, como acontece em atentados terroristas, ou individual; seja com violência física, seja com discriminação e agressões verbais. No entanto, todas as representações desse fenômeno têm pontos comuns: o radicalismo, o extremismo e um comportamento desmedido de devoção a uma crença particular.


De acordo com estudos, concentrar-se cada vez mais na religião ou em atividades religiosas é um possível sintoma de mania e hipomania no transtorno bipolar. No entanto, esse foco intensificado não é necessariamente exclusivo do transtorno bipolar, pois também pode estar associado à esquizofrenia, ao transtorno esquizofreniforme, ao transtorno esquizoafetivo e a outros transtornos psicóticos.


Por outro lado, em uma revisão da literatura sobre o assunto realizada em 2007, o psiquiatra Harold G. Koenig, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Duke University (EUA), aponta que “embora cerca de um terço das psicoses tenham delírios religiosos, nem todas as experiências religiosas são psicóticas”.

O que são delírios religiosos?

Delírios são definidos como “falsas crenças firmemente sustentadas”, e diferentes tipos incluem delírios paranóicos ou persecutórios, delírios de referência, delírios de grandeza, ciúme delirante e outros. Dois deles, em particular, podem se expressar em um contexto religioso. Aqui estão alguns exemplos:

Delírios religiosos paranoicos: “Demônios estão me observando, me seguindo, esperando para me punir se eu fizer algo de que eles não gostem” ou “Se eu calçar meus sapatos, Deus vai colocar fogo neles para me punir, então eu tenho andar descalço o tempo todo”.

Alucinações auditivas: Declarações como “As vozes não param de me dizer que há demônios em meu quarto”, costumam ser combinadas com paranoia religiosa.

Delírios religiosos de grandeza: “Deus me exaltou acima de vocês, pessoas normais. Ele me diz que não preciso de ajuda, não preciso de remédios. Vou para o céu e todos vocês vão para o inferno”.





0 comments:

Postar um comentário