“Enquanto o homem se mantém fiel a Deus, Freud o vê sujeito à imaturidade, à consciência ilusória e à neurose coletiva”. Freud ”procura compreender o homem e sua cultura tão radicalmente pela lei natural, e o estimula a uma condução tão autônoma da vida, que mais ou menos todas as religiões devem parecer-lhe como sistemas de um pensamento não-esclarecido e de uma dependência imatura”.
Freud dirige-se, em primeira linha, contra as religiões monoteístas, nas quais ele fala de Deus como “Pai”, são objetivadas a fé judaica e a fé cristã em que ele critica a autoridade. para ele, o pensamento religioso perdera indiscutivelmente sua validade
Freud acusa a religião de três grandes males principalmente: Em primeiro lugar, ele vê que nela que os homens são mantidos na imaturidade. As crianças, quando se sentem desamparadas e com medo, buscam nos pais abrigo e proteção. Deles esperam amparo e cuidado. Elas ainda não são responsáveis por si próprias, mas são conduzidas. Mas, o que nos primeiros anos de vida é natural, bom e necessário, não deveria permanecer quando as pessoas se tornam adultas. Elas devem poder libertar-se dos progenitores e tornar-se autônomas, se não quiserem falhar em sua vida. Elas devem aprender a superar sozinhas os medos e as necessidades, onde estas puderem ser superadas e, onde isso não for possível, a suportá-las. A isso, segundo Freud, se contrapõe a religião: ela propõe Deus como aquele que aparentemente faculta aos homens que eles possam permanecer como crianças e não precisem tornar-se adultos. Na realidade, porém, – segundo a convicção de Freud
Em segundo lugar, a religião significa para Freud o mais extremo domínio de pensamento que tenhamos sonhos, saudades e desejos é natural, bom e necessário. Mas nós também devemos poder reconhecer a realidade que se lhes contrapõe. Não só é pernicioso, mas também indigno anestesiar-se de tal maneira que já não se percebam as próprias condições e relações. Isso, no entanto, o fazem, segundo Freud, pessoas religiosas. Elas imaginam coisas divinas, para não precisar posicionar-se ante seu mundo. Elas se entregam à ilusão, elas recorrem à religião como a um ópio.
Em terceiro lugar, Freud vê na religião uma ordem cultural imposta que se equipara a uma enfermidade psíquica, a uma neurose. Muitas vezes, quando se sentem sobrecarregadas, as pessoas procuram uma proteção perigosa: elas atribuem, de maneira exagerada, um lugar estável às coisas que as circundam, submetem-se, em sua conduta, a regras estranhas, parecendo aos seus concidadãos estranhos ou até perturbados. Eles o fazem por não ter aprendido a entender-se razoavelmente e seu mundo. Elas necessitam de seguranças adicionais. Com isso, porém, eles estreitam violentamente seu espaço vital e suas possibilidades vitais. Sua capacidade de conduzir-se significativamente entre outras pessoas e comunicar-se racionalmente com elas, se reduz, e são elas que mais sofrem com isso.
Ela, a religião, ou o religioso, zelam angustiadamente pelo exato cumprimento das cerimônias, para que nada apareça perturbado. No entanto, com isso, segundo Freud, ela não obtém estabilidade psíquica, nem obtém segurança, porém medos acrescidos. Diante destes três aspectos da religião Freud, concebe sua crítica saudável. Elas devem ser capacitadas a aceitar a verdade e renunciar às ilusões, para, desta forma finalmente, conquistar saúde e psíquica.
Freud certamente era ateu, porque, como homem se mantém fiel a Deus, Freud o vê sujeito à imaturidade, à consciência ilusória e à neurose coletiva
Achei massa vc colocar depoimentos de um cara que lida com religião como uma mera crença, muito interessante, fiquei feliz em saber que alguém fez uma análise tão completa... Não conhecia.
ResponderExcluirSou o dono do site e estou em outra conta.. muito obrigado em nos prestigiar !!
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