Os seres humanos e duas espécies de chimpanzés evoluíram de um ancestral comum. O representante mais antigo de nossa linhagem é o Sahelanthropus tchadensis, datado entre 7 e 8 milhões de anos. Apenas fósseis deste ancestral permanecem conhecidos, embora, acredita-se que a origem dos primeiros primatas da linha da evolução humana seja mais antiga, esperando-se encontrar fósseis de 9 ou 10 milhões de anos que possa orientar a paleoantropologia.
Ao estudar o genoma dos chimpanzés, os pesquisadores esperam entender o que nos torna exclusivamente humanos. Embora ainda não tenhamos essa resposta, estudos recentes mostram que certos genes e partes do DNA que regulam a expressão dos genes são responsáveis pela maior complexidade e tamanho do cérebro humano.
Humanos e chimpanzés são semelhantes entre si em seu nível genômico por volta de 95 – 99%. Costuma-se dizer que humanos e chimpanzés compartilham 99% do mesmo DNA. Contudo, esta comparação genética não é simples de ser feita devido à natureza das repetições e mutações genéticas e uma estimativa que melhor representa este relacionamento evolutivo indica um grau de correspondência genômica entre os 95 e 99%. Este panorama pode parecer impressionante, mas a maioria do DNA é usada para funções celulares básicas que todos os seres vivos compartilham.
A conclusão da seqüência do genoma do chimpanzé pelo The Chimpanzee Sequencing and Analysis Consortium em 2005 forneceu um catálogo comparativo da genética que pode ser usado para identificar genes ou regiões genômicas subjacentes às muitas características que distinguem ou que aproximam os seres humanos, chimpanzés (Varki & Altheide, 2005) e até outros primatas.
A diferença entre chimpanzés e humanos é, na verdade, por volta de 1 e 4% – compreendendo 35 milhões de diferenças de nucleotídeo único e cerca de 90 Mb de inserções e deleções. Evidentemente, o que estamos realmente explorando é uma complexa interação entre múltiplas diferenças genéticas, com diversos elementos fisiológicos, ambientais e culturais, resultando em diferenças fenotípicas observáveis. A divergência de nucleotídeos únicos foi estimada em 1,23%, com -1% correspondendo à divergência de espécies fixas e o restante representando polimorfismos específicos da espécie. Assim, a divergência geral entre os genomas é mais próxima para 4%, de acordo com dois estudos recentes (Britten 2002; Watanabe et al, 2004 & Smithsonian Museum of Natural History).
O degradoma (conjunto de enzimas proteases e similares) dos chimpanzés é composto por 559 genes com mais de 99,1% de identidades com seus ortólogos humanos. Há também a identificação e análise detalhada de vários genes de proteases que são diferentes entre humanos e chimpanzés e que podem ser responsáveis por algumas das diferenças fisiológicas entre as duas espécies. Com base em análises feitas por Puente e colegas (2005), pode-se concluir que a maioria das diferenças de genes de protease entre os dois organismos é encontrada em genes do sistema imunológico, destacando a importância de analisar um conjunto limitado de genes para identificar processos específicos que poderiam ter sido alterados como resultado da evolução.
Como outros primatas de grande porte temos também aproximações genéticas interessantes, como o orangotango, com cerca de 97%. Uma equipe internacional de cientistas sequenciou o genoma do orangotango e publicou em 2011 os resultados. Humanos e orangotangos compartilhavam um ancestral comum há mais de 12 milhões de anos. Apesar da distância evolutiva, o orangotango compartilha uma porcentagem razoável de similaridades com humanos.
Esta descoberta, publicada na revista Nature, mostra as diferentes pressões evolutivas que os ancestrais dessas espécies tiveram que enfrentar e as consideráveis diferenças entre os cromossomos dos orangotangos e os dos outros hominídeos.
Outro artigo publicado em 2006 havia definido que a divergência entre as duas espécies se deu a aproximadamente 10,8 milhões de anos atrás. E ainda destacou que os seres humanos e gorilas têm 94,8% de similaridade genética, tendo separado em linhagens distintas por volta de 8,8 milhões de anos atrás (Cho, Hu & Bhak, 2013). Obviamente as datas mudam em função da amostra e das evidências que são encontradas posteriormente. A primeira sequência completa do genoma do gorila só foi publicada em 2012 e mostrou 96% de semelhança com humanos, com paralelos próximos na percepção sensorial e na audição.
Neste caso, os cientistas, liderados por pesquisadores do Wellcome Trust Sanger Institute perto de Cambridge e Baylor College of Medicine em Houston, também descobriram que 15% do genoma do gorila está mais próximo de humanos do que entre humanos e chimpanzés, nosso parente animal mais próximo. Os genomas de todas as três espécies são, em qualquer caso, altamente similares.
A sequência genética foi tirada de um gorila de planície ocidental do sexo feminino (Gorilla gorilla gorilla) chamada Kamilah e a descoberta foi publicada na revista Nature.
A sequência de macacos rhesus alinhada ao humano é 93,5% idêntica, mas quando se incluem pequenos indels (duplicações e deleções gênicas), a aproximação cai para 90,8% aos humana (Gibbs et al, 2007) e a divergência dessas duas linhagens é mais confiantemente datada entre 25 e 28 milhões de anos atrás (Rogers & Gibbs, 2014).
em lobos vermelhos, lobos orientais, lobos cinzentos e cães indicou que os lobos vermelhos e orientais eram espécies híbridas, sendo o lobo vermelho semelhante em 76% com o coiote e apenas 20% lobo cinza, e o lobo oriental sendo semelhante em 58% com o lobo cinzento e 42% com o coiote – não encontrando evidência de serem espécies distintas em ambos (von Holt et al, 2011). O caso ainda permanece em aberto.
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