A crença num deus antropomórfico, como o da Bíblia, coloca o crente diante
de diversos dilemas. O maior deles é a impossibilidade de racionalmente harmonizar a ideia duma divindade onipotente, onisciente e amorosa com o sofrimento que há no mundo. Afirmar, por exemplo, que o deus bíblico, que, apesar de todo-poderoso e conhecedor do futuro, permite que crianças sejam sequestradas, torturadas, violentadas e assassinadas, é um deus de amor é mais que perversão: é loucura...
O que nos sucede de bom não é bênção ou recompensa divinas, e o que nos acontece de mal não é castigo de Deus ou obra do Diabo.
Tudo tem causas naturais.
A maldade diminui à medida que as pessoas exercitam a razão, que se contrapõe às paixões, fonte dos impulsos destrutivos...pessoas movidas pela razão compreendem que sua própria felicidade e aumenta à proporção em que fazem outras pessoas felizes.
O livre-arbítrio, argumento utilizado por crentes para tentar explicar a razão de Deus permitir o mal, é muito debatido tanto nomeio filosófico quanto científico. Diversos neurocientistas afirmam que o livre-arbítrio é uma ilusão.
Experimentos mostram que é possível prever as decisões de alguém vários segundos antes de as tomar.
Do ponto de vista teológico, o livre-arbítrio coloca o crente diante de enormes obstáculos que o obrigam a despender muita energia em acrobacias argumentativas não convincentes, pois se Deus é onisciente e conhece o futuro, como pode o ser humano ser livre para escolher? Só podemos escolher o que existe para ser escolhido. Se o mal não existisse, ninguém poderia escolher praticá-lo.
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