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  • Livro O Anti-cristo

    O Anticristo" apresenta críticas ao cristianismo e a seu modo de valorar. Nietzsche expõe suas opiniões contra as práticas cristãs .

Você vai morrer. Isso é Tudo. O resto é vaidade!


 


Todo mundo conhece alguém que está quebrando por dentro, mas continua sorrindo em fotos.  
Gente que parece funcional, mas que vive contando os minutos para o dia acabar. Pessoas que têm tudo para dar certo: um bom emprego, algum dinheiro, uma casa, mas, por dentro, estão vazias, sufocadas por uma angústia que ninguém vê. E se você for honesto, talvez esse alguém, seja você. A verdade, aquela que ninguém quer encarar, é que a vida, para a maioria das pessoas, é uma longa sequência de frustrações, obrigações sem sentido e pequenas doses de sofrimento empacotadas em rotinas cada vez mais mecânicas.

 Você acorda cedo para ir trabalhar, gasta horas em trânsito, engole um almoço qualquer, lida com chefe abusivo, clientes irritantes, contas atrasadas e volta para casa exausto, com a única promessa de alívio sendo um episódio de série que você nem tem vontade de assistir. No fundo, você sabe, algo está profundamente errado com a vida como ela é. Mas aqui, vai o soco no estômago. Isso não é um erro. Isso é o sistema. Isso é o padrão. 

Arthur Schopenhauer, dizia que "a vida é uma cadeia de necessidades que nunca cessam, e que o sofrimento é o estado natural do homem." Cioran, chamava a vida de "catástrofe repetida". Krishnamurti, afirmava que "estar bem adaptado a uma sociedade doente é, por definição, uma forma de insanidade". E antes que você tente responder com frases prontas como: "a vida tem seus altos e baixos", "é tudo questão de perspectiva", pare. Respira! Porque isso não é um texto  auto ajuda. Não estamos aqui para tapar buracos com otimismo. Estamos aqui para encarar o fato brutal de que talvez, a vida realmente seja uma merda, e o único final certeiro dela, é a morte. Mas não vamos ficar apenas na provocação. Vamos mergulhar no que há de mais profundo, mais incômodo e mais honesto sobre a condição humana, através da lente de alguns dos pensadores mais lúcidos e impiedosos que já viveram. 

Você pode tentar fugir do sofrimento, ignorar a morte, fingir que está tudo bem, mas uma hora, a conta chega. E neste artigo, você vai entender porque esses filósofos estavam certos. Porque viver é carregar um fardo absurdo. E porque reconhecer isso, pode ser o único passo real em direção a algo que pareça verdadeiro. Agora é tarde para voltar. Você entrou no buraco com a gente. Vamos começar...

Você já reparou que o instante em que você deseja algo, é exatamente o momento em que você começa a sofrer? Antes do desejo, há o vazio. Depois, a frustração, por não ter o que quer, por ter e querer mais, ou por perceber que aquilo que queria não significava nada. Schopenhauer chamou isso de " a escravidao da vontade ". E ele não usou essa palavra por acaso. Vontade, para ele, era um impulso cego, irracional e insaciável, que comanda tudo, de células a civilizações. A vida não é orientada por razão, mas por carência. A vontade quer, e enquanto ela quiser, você sofre. O mundo moderno adora fingir que isso não é verdade. Vende metas, propósitos, afirmações motivacionais. "Siga seus sonhos," dizem. Mas o que ninguém te conta, é que o sonho, ao se realizar, vira outra prisão. Você compra um carro, depois quer outro. Você ama alguém, depois começa a sentir falta do que perdeu quando se entregou. A vontade nunca para. Ela aluga a sua alma e cobra caro pelo aluguel. "A vida humana deve ser alguma espécie de erro," escreveu Schopenhauer. A prova está em sua própria existência. E ele não era um velho ranzinza gritando para as nuvens, ele era brutalmente claro sobre um fato que todos experimentam, mas poucos têm coragem de admitir: viver é se debater entre o desejo e o tédio. Tédio, aliás, é um conceito essencial aqui. Ele não é só uma falta do que fazer. Ele é o grito silencioso de uma existência que não sabe o que quer. 

Quando você está entediado, é porque não há mais desejo momentâneo para te distrair, e o que sobra é a consciência nua da falta de sentido. Schopenhauer descreveu o tédio como "a pausa que revela o absurdo da vida". Entre a dor e o tédio, a existência gira como um pêndulo. Pense no ritmo das nossas vidas. Trabalhamos não por paixão, mas por medo da miséria. Corremos atrás de prazeres que duram minutos. Enchemos o tempo com compromissos inúteis, para não termos que olhar para dentro e ver o nada. A existência humana se reduz a isso: preencher lacunas com ansiedade e chamar isso de vida. E não adianta buscar refúgio na fé cega, no progresso ou na bondade humana, isso não passa de ruído sentimental. A realidade continua sendo que a vida não oferece garantias, nem justiça, nem sentido.E encarar isso não é niilismo, é maturidade filosófica. O otimismo, ao contrário, é uma forma infantil de negar o óbvio e a ciência. Ela não salva essa equação, só confirma o problema. A neurociência moderna já sabe que o cérebro humano é projetado para desejar, não para se satisfazer. O sistema dopaminérgico funciona como uma armadilha biológica. Quanto mais você tem, mais precisa. Somos literalmente, biologicamente condenados à insatisfação. O otimismo diz: "vai passar". Schopenhauer responde: "vai piorar ou vai voltar piorado?" E isso não é um convite a desistência. É um convite à lucidez, porque só quem entende a natureza do sofrimento, pode parar de correr atrás do inalcançável. O pessimismo, nesse contexto, é um antídoto para o autoengano. Ele não destrói a vida. Ele retira o verniz barato que impede você de ver o que realmente está acontecendo. Você quer parar de sofrer? Pare de acreditar que a vida deve te fazer feliz. Só quando a gente para de esperar que a vida seja algo que ela não é, começamos a olhar para ela com honestidade. E é aí que nasce, pela primeira vez, a sanidade. O maior trauma da sua vida aconteceu antes de você respirar pela primeira vez e ninguém te pediu permissão para isso. O nascimento é celebrado como milagre. Choros, fotos, parabéns. Mas ninguém menciona o peso invisível que é entregue no colo de quem acabou de chegar. O fardo de existir, de saber que vai sofrer, de saber que vai morrer. E entre uma coisa e outra, tentar dar sentido a um caos que não responde. Cioran escreveu: "Não se começa a vida com o direito de escolher entre o ser e o não ser." Essa frase deveria estar nos hospitais, não os slogans otimistas sobre novos começos. O autor romeno não pregava suicídio nem destruição. Ele expunha a ferida. Escrevia como quem sangra em câmera lenta. Para ele, a consciência era uma maldição evolutiva. Só os humanos sabem que vão morrer. Só os humanos criam religiões, ideologias, distrações, tudo para suportar o absurdo de saber que nasceram, sem motivo. Cioran dizia que a maior tragédia não é a morte, é o nascimento, porque depois de nascer, tudo o que vem é queda. Você nasce, logo tem fome, frio, medo. Cresce, descobre o tédio, o fracasso, o abandono. Trabalha para viver e vive cansado. Ama e é traído, confia e é desapontado. Envelhece. Adoece. Morre. E, nisso, somos todos estatística. Tente refutar isso com frases motivacionais. Não dá! Porque Cioran falava do que ninguém consegue apagar: a dor de existir sem motivo claro, sem direção confiável, sem alívio permanente. Ele foi um dos poucos que teve coragem de dizer que não pedir para nascer é, em si, um argumento ético contra a vida. E não estamos falando de drama. Estamos falando de lógica. O sofrimento é uma certeza. O prazer, um intervalo. Que espécie de milagre é esse que já nasce quebrado? 

Num de seus textos mais impactantes, ele escreve: "O fato de eu existir prova que o mundo não tem sentido." A existência de um ser capaz de pensar isso já é, por si, uma acusação contra o universo. E antes que alguém venha dizer que a vida também tem beleza, Cioran responderia com outro golpe. Mesmo as alegrias são cúmplices da tragédia, porque a beleza também passa. A alegria se desfaz. O que é lindo, murcha. O que é intenso, vira lembrança. Até o amor, que se proclama eterno, acaba esmagado pela rotina ou pela morte. Você já viu uma criança em Gaza? Um idoso abandonado num asilo? Um jovem se suicidando aos 20? Tudo isso nasce de uma decisão que ninguém pediu: nascer. A vida, para Cioran, é uma dívida não assumida, e a recusa em aceitar essa tragédia é, para ele, covardia intelectual. O otimismo é só anestesia, uma negação da lucidez. A maioria das pessoas vive no piloto automático, fazendo planos, correndo atrás de metas, rindo em festas, como se o abismo não estivesse logo ali, aguardando. Mas, Cioran, não aceitava esse teatro. Ele arrancava as máscaras e mostrava: "o que temos é uma existência forçada, com começo traumático e final garantido". A lucidez, nesse contexto, é um castigo, mas é também uma forma de libertação. Cioran não pregava desespero, pregava um riso ácido diante do absurdo. Porque quando você já não espera nada, nem sentido, nem redenção, ninguém pode mais te iludir. A vida continua, mas agora você sabe com o que está lidando. A sociedade te domesticou. Você pensa que é livre, mas é só produto bem treinado. Você estudou o que mandaram, aceitou regras sem questionar, se adaptou ao mercado, aprendeu a sorrir no ambiente de trabalho. Reclamou, mas seguiu. Agora, vive cansado, ansioso, dopado de distrações, rezando por feriados, repetindo frases prontas. E quando alguém te pergunta como vai a vida, você responde: "normal". Normal. Essa palavra? Essa prisão. Krishnamurti não aceitava essa mediocridade adestrada. Ele afirmava sem hesitar: "não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade profundamente doente". A doença não está só nas guerras, nas desigualdades ou nas catástrofes. Está no modelo de existência que você aprendeu a repetir, onde ser funcional é mais importante do que ser consciente, onde pensar diferente é perigoso, onde sentir demais é fraqueza, onde tudo vira performance, carreira, afeto, espiritualidade. 

Desde criança, você foi treinado para obedecer: escola, igreja, empresa. Um condicionamento sutil e eficaz. O sistema educa para a submissão, não para a inteligência. Ensina fórmulas, não discernimento. Molda personalidades, não seres humanos. Krishnamurti dizia: "A educação atual cria pessoas ajustadas ao absurdo." E o resultado está aí. Uma sociedade cheia de adultos quebrados, fingindo estabilidade, vivendo de antidepressivos e pornografia, buscando alívio em redes sociais e gurus de autoajuda, tudo para escapar do pavor silencioso de uma vida sem sentido. 

O problema, segundo Krishnamurti, não é o sofrimento, é a negação dele. A tentativa insana de escapar da dor em vez de compreender sua raiz. Ele não oferecia fórmulas, ao contrário, ele destruía todas elas. Dizia que seguir qualquer autoridade, política, espiritual, emocional, era já estar em perdição. Porque todo sistema, ao prometer segurança, te sequestra a liberdade. E o sofrimento que sentimos vem exatamente disso, de termos nos afastado da verdade bruta da experiência presente. Krishnamurti falava com frieza, mas com precisão: "A verdade é uma terra sem caminhos." Ou seja, não há manual, não há método, não há salvação que venha de fora. A liberdade só existe onde há questionamento radical, de tudo.

E aqui está o golpe final. Você sofre porque vive de acordo com padrões que não são seus. Deseja o que te disseram que era desejável. Foge da dor porque te ensinaram que sofrer é fracasso. Vive como te mandaram viver, mas isso não é viver. Isso é funcionar. Krishnamurti propunha algo simples e revolucionário: observar sem filtrar, ver o medo, a angústia, o tédio, o impulso, tudo como é, sem querer fugir, porque na observação direta, sem julgamento, a mente começa a se libertar da prisão do condicionamento. E então você percebe: o mundo não está errado só lá fora. Está errado aqui dentro, nos moldes mentais que você aceitou sem perceber. A verdadeira insanidade não é surtar, é se adaptar perfeitamente ao insuportável. 

A normalidade, hoje, é o delírio coletivo mais perigoso que existe. E enquanto você continuar tentando parecer bem, vai continuar quebrando por dentro. A verdade que destrói todas as outras é simples: você vai morrer. Não importa o quanto se distraia, conquiste ou ame. Vai acabar. E se há algo que comanda em silêncio, cada escolha sua, é isso. Ernest Becker não deixava espaço para rodeios. Em A Negação da Morte, ele escreveu..O ser humano é um animal que sabe que vai morrer, mas luta para não saber disso. Esse é o pacto silencioso da sociedade moderna. Todo mundo sabe, mas ninguém fala. O mundo é uma coreografia de negação. Trabalho, casamento, filhos, metas, viagens, maratonas de séries, postagens felizes. Tudo para empurrar a verdade última para o canto mais escuro da mente. A morte é censurada, escondida atrás de eufemismos. Ninguém diz que alguém morreu. Dizem que partiu. Os velórios são acelerados. Os doentes terminais são isolados. A morte virou obscena, porque nos lembra que somos vulneráveis, finitos, descartáveis. Mas é justamente esse pavor que move a engrenagem do mundo. Becker chamou isso de Terror management. Projetos heroicos criados para fingir que vamos durar: religião, ideologia, status, sucesso, legado. É por isso que pessoas doam milhões para ter o nome em prédios, escrevem livros para serem lembradas, brigam por ideias que garantem eternidade simbólica. O que move o mundo não é o amor, é o medo da extinção. Becker escreveu: "As sociedades funcionam como estruturas de imortalidade, ou seja, elas oferecem significados prontos que te distraem da verdade central. Ser um bom profissional, um pai de família, um cidadão de bem. Tudo isso é forma de tentar dar valor eterno a algo condenado." Você já reparou como as crises existenciais mais profundas ocorrem quando você encara de frente a morte? Um acidente, um câncer, uma perda. É aí que tudo o que parecia sólido, carreira, relacionamentos, ambições, se dissolve. Porque, no fundo, tudo o que fazemos é para esquecer o fato de que vamos sumir. Becker é cirúrgico. O homem se embriaga de cultura porque não suporta a própria fragilidade. E aqui não há saída fácil. Nem Deus escapa desse debate. 

Becker mostrava como até a fé, muitas vezes funciona como muleta psíquica para encobrir o medo do fim. A promessa de paraíso, reencarnação ou carma é, muitas vezes, puro desespero disfarçado de espiritualidade. Quer uma prova do terror da morte? Olhe como bilionários hoje estão investindo bilhões em tecnologias de longevidade, criogenia e uploads de consciência. Eles têm tudo, mas não suportam o pensamento da decomposição. Isso não é sabedoria, é desespero high tech. A neurociência confirma: quando alguém é confrontado com a própria mortalidade, as áreas do cérebro ligadas ao medo e ao ego entram em estado de alerta. A morte não é apenas um fim, é um colapso simbólico. O eu entra em pane e Becker nos entrega o golpe final com lucidez implacável. A maturidade é aceitar a morte, não negá-la. A negação da morte é o motor do autoengano. É por isso que nos alienamos. É por isso que fugimos do silêncio. É por isso que preferimos uma vida superficial, mas confortável, do que encarar o horror de sermos pó, carne e memória prestes a desaparecer. 

A única chance de liberdade real é olhar o abismo e não desviar, porque só quem aceita a morte como destino pode começar, enfim, a viver sem mentira. O universo não odeia você, mas também não ama. Ele não sente nada. Essa é a verdade mais ignorada e mais insuportável. Não há propósito, plano nem justiça maior. Há partículas, colisões, entropia, um caos silencioso. E dentro disso, você, uma consciência frágil, tentando encontrar sentido onde não há sequer intenção. Ray Brassier não disfarça. A verdade não consola. O niilismo não é uma ameaça a ser evitada, mas uma realidade a ser confrontada. Não existe consolo metafísico. O universo não vai te recompensar por ser bom. A natureza não vai te proteger por meditar. O cosmos não está nem aí para a sua dor, mas é aí que a filosofia começa, quando para a autoilusão. Brassier propõe que o niilismo não seja evitado, mas vivido com lucidez. É o oposto do escapismo espiritual, da positividade tóxica ou do sentimentalismo burguês. Ele corta tudo que é confortável e nos obriga a lidar com o que sobra. Um mundo mudo, frio, sem porquê. Tchekhov, por outro lado, não escrevia tratados. Ele escrevia vidas. E nas vidas que retratava, nada se resolvia. Pessoas amavam em silêncio, morriam em silêncio, eram esquecidas sem drama. 

A vida nos engana com esperanças pequenas. Ele escreveu sem qualquer ironia. Seu realismo era uma ferida aberta. Ninguém vai te salvar. Você segue vivendo, e é só isso. Zachar Prelepim adiciona a isso a lente da guerra, da história brutal da da guerra, onde o sofrimento não é exceção, é estrutura. Em seus relatos, a dor é tão banal que deixa de causar espanto. Homens enterrando filhos, mulheres abandonadas, soldados enlouquecidos e ainda assim eles continuam, porque parar não é opção. Prelepim não romantiza, ele expõe. A resistência não é bonita, é instinto. Philip Moylander, por fim, faz a cirurgia final. Critica a busca desesperada por transformar dor em sentido. Ele escreve que o sofrimento não é material de crescimento, é o que ele é: sofrimento. Essa ideia de que tudo tem um motivo ou que vamos aprender algo com cada tragédia, é para ele um reflexo do medo humano de aceitar o caos. 

Moylander diria: "pare de procurar lições onde só há perda". Você perdeu alguém que amava? Não há lição aí. Você falhou, apesar de ter feito tudo certo? Ninguém vai te explicar. Você foi abandonado quando mais precisava? Isso não foi um teste, foi só o que aconteceu. A vida acontece sem roteiro, e tentar encaixá-la em estruturas de sentido só reforça a ilusão, o medo de aceitar que talvez nada disso tenha resposta. A física corrobora. O universo está em expansão, se tornando mais frio, mais escuro, mais desordenado. Entropia crescente. É isso. Não há centro, não há missão. Mas aqui está a última virada. Não ter sentido não significa desistir. Brassier argumenta que encarar o niilismo não nos paralisa, nos liberta, porque quando você não espera mais salvação, nem redenção, nem justiça, você está enfim livre para viver sem mentir para si mesmo. Viver porque está vivo. Continuar porque parar também não traz alívio. Criar, ajudar, sentir. Não porque há um grande plano, mas porque é o que você pode fazer nesse intervalo minúsculo entre 2 nadas. A coragem não está em negar o vazio, está em olhar o vazio e seguir. 

Você chegou até aqui. Você ouviu cada palavra, encarou cada verdade. E isso já é mais do que a maioria tem coragem de fazer. Não é fácil falar de sofrimento, de morte, de vazio, de tudo aquilo que a sociedade tenta varrer pra debaixo do tapete. Mas se você ficou até agora, é porque algo em você reconhece isso. Sente, vive, carrega esse peso também. Talvez em silêncio você tenha pensado: "é exatamente isso que eu precisava ouvir, mesmo que doa?". Se esse artigo te tocou, te despertou, te confrontou, então já valeu, de verdade. Só de assistir, comentar, compartilhar, você já está ajudando este site a existir, e isso tem um valor imenso. Mas se você quiser ir além, se quiser fazer parte de quem sustenta essa conversa corajosa acontecendo no mundo, há 2 formas muito poderosas de fazer isso. A primeira é se tornar seguidor desse site. Isso não é só um gesto de apoio.

 

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